quarta-feira, dezembro 27, 2006

A ÚLTIMA PRIMEIRA DO ANO

Aproveite, pois estamos em liquidação. De ano. Chega de 2006! De lançamentos que não vingaram, de carros repetidos, de pessoas cansativas, de espíritos minúsculos.
Mude! Vá à uma revenda agora e troque de carro. O cheirinho de novo pode ajudar o bom astral do ano mais novo ainda. Troque e deixe para emplacá-lo quando a internet pública voltar a funcionar. Oportunidade única de andar com carro sem placa, à moda antiga. Mas, cuidado com a blitz, documentos! Pois seu guarda não perdoa a mínima infração. País estranho que às vezes exige documentos e às vezes, não, à mano Caetano, na metáfora, assim como é a alma desse Brasil com documentação atrasada.

Leia essa com prazer, a última do ano. É edição gulosa, um pouco mais gordinha, pois tem 24 páginas. Jornal é que nem sanfona: tem dias que está maior e, em outros, de regime. Leia agora e passe para o vizinho, porque outra edição da Gazeta Automóvel, somente na lua nova, aos 4 de janeiro de 2007, na semana que vem, no pós-reveillon com Moët & Chandon ou Cidra, dependendo do bolso ou da alegria. É a semana da metamorfose, com o novo pulsando, as coisas chegando, o papel crescendo.
Sei que não cansaste dos carros, caro leitor(a), pois isso é paixão brasileiríssima e está no sangue, assim como o samba e a cerveja. Cidadão amigo meu, de tão apaixonado por veículos, já não pede uma Skol e sim uma “Skoda”. Termino o ano à mineira, desacelerando, para poder tirar os pés do chão no ano que vem, como pensava Miró.
Vai de presente de natal e ano novo, um lindo pensamento do imortal Carlos Drummond de Andrade. É para devorar, processar e devolver ao mundo, positivamente, no ano que vem. Abaixo, as belas linhas.

“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa novamente, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente!”

Boa leitura!