quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Se for capaz, resista à esta bela máquina!


Mercedes Classe E350 notabiliza-se pela perfeição nos detalhes e equilíbrio exato entre conforto e desempenho

Se precisasse resumir esta matéria em apenas uma palavra, sem hesitar, escolheria: perfeição. Aos ilustres leitores, aí vão as impressões sobre o notável Classe E350, um dos melhores sedãs de luxo fabricados até hoje no mundo.

Diferenças
Apenas abrir e fechar a porta de um Mercedes-Benz de passeio já é experiência diferenciada, porque não há falhas no mecanismo. Alemães são assertivos, perfeccionistas, exatos. O clique da tranca é sinônimo de segurança e traquejo de construção. Após lacrado, o ambiente silencia como uma sala confortável, climatizada, sem interferências externas. Assim é o habitáculo do Classe E350: aconchegante ao extremo.

A chave
Objeto futurista, o mecanismo de ignição desse automóvel nem de longe parece com uma chave. Comandos simples abrem e travam portas e teto solar, além, é claro, de funcionar a máquina. Com um clique, abrem-se as portas. No segundo, há uma opção de “abertura de verão”, onde todos os vidros e o teto solar abrem-se por completo para dar vazão ao calor armazenado no habitáculo.

Bravo e amigo
O Mercedes E350 vem equipado com um indefectível propulsor de seis cilindros dispostos em “V”. Chamar isso apenas de “motor” é ofensa metálica das piores. São 272hp de potência e 3.5 litros de cilindrada. Seu torque fenomenal chega aos 35kgf/m já aos 2.400 rpm e sua maior característica é a ´elasticidade´. Entenda isso como a capacidade de ter fôlego, de acelerar assustadoramente sem o mínimo esforço, sem que isso quebre o motor. No modo esportivo do câmbio e pisando sem piedade, atinge-se mais de 80km/h ainda na primeira marcha! Sua transmissão é a já famosa 7G-Tronic de sete velocidades à frente, silenciosa e macia nas trocas. O E350 é quase um brinquedo de sensações agradabilíssimas ao rodar.

Aos 20km/h esse Mercedes desliza como uma pluma ao vento. Cordeirinho manso em baixa velocidade, o veículo tem alma de leão quando requisitado em suas reservas de potência. Do silêncio ao estrondo elegante, basta uma pisada mais firme no acelerador de dois estágios. A partir daí, o ronco encorpado do V6 invade parcialmente a cabine avisando que existe força de sobra debaixo do capô. Subindo ladeiras, em retomadas urbanas ou em ultrapassagens ousadas na pista, o E350 mostra-se apto à qualquer situação, livrando os ocupantes das surpresas causadas, por exemplo, pelos carros de baixa cilindrada e pouca potência. Indiscutivelmente, apesar do imenso conforto, a vitalidade do motor V6 é o ponto alto desse incrível carro, pois complementa em prazer uma estrutura totalmente equilibrada, que envolve luxo interno, design moderno, suspensão acertada e ampla segurança. Para se ter uma idéia do avanço tecnológico, nesse carro há um sistema inteligente de percepção do modo de guiar do motorista. Nas primeiras viagens após sair de fábrica, módulos eletrônicos captam o jeito do motorista dirigir e adaptam o veículo para o futuro, numa espécie de equalização exata a partir dos dados de performance exigidos pelo proprietário.

Para poucos

O modelo testado, ano 2006 (com apenas 590 quilômetros rodados) atualmente é avaliado em R$303.000,00, sem incluir nessa conta o emplacamento e seguro geral, que ficam em torno de R$36.000,00, no entanto, muito além das cifras literais, quem o possui, sabe que o valor de um Mercedes está ligado mesmo ao prestígio que ele traz a reboque. Por dentro e por fora, possui tudo que alguém pode desejar ao dirigir. Algo da lista de série, só pra sentir o gostinho. Por fora: motor V6 cheio de amor pra dar, faróis de Bi-xenônio e Active Light System, lavador de faróis, sensores de chuva e de obstáculos, rodas 17 com pneus 245/45, programa eletrônico de estabilidade, aviso de perda de pressão dos pneus, etc... Por dentro: ar-condicionado inteligente com temperaturas individuais, bancos em couro com regulagens elétricas e modos de massagens com partes infláveis dos assentos dianteiros, teto solar, som com MP3 e DVD player, persiana automática no vidro traseiro e diversos air bags para todos os ocupantes. Não comento aqui as minúcias eletrônicas, pois transformaria notícia de jornal em vasto manual de proprietário.
Guiar o E350 é perceber uma obra prima criada pelo homem. Ergonomicamente exato, todos os comandos desse nobre automóvel estão ao alcance das mãos. Costuras milimétricas cobrem os bancos e o volante em couro negro. Este último é, também, um painel multifuncional que regula o som e outros detalhes de navegação. Os mostradores em estilo retrô são um exemplo de bom gosto e acertado desenho industrial. Tudo à mostra, com classe e muita beleza, a começar pelos ponteiros analógicos com auxílio digital. Três círculos brancos com luz prata dão o diagnóstico da viagem: consumo de combustível, hora, giros do motor, velocidade, etc...

Eu, o assediado
Alguns carros servem como meio de transporte e outros representam sonhos. A estrela de três pontas fincada no capô impõe respeito. Olhares de admiração, (ou seriam de inveja?), de orgulho (mas, como, se o vizinho não me conhece?!), de reverência à marca tão famosa (isso sim, é verdade).

Prestígio: esse é o ponto principal, o xis da questão. Quem anda de Mercedes não é, necessariamente, rico, e sim, cheio de prestígio. Assim me senti ao estacionar na frente de uma corretora de imóveis, porque somente havia uma vaga ali. Apressado, o jovem profissional ajustou a gravata, saiu lá de dentro e correu para me oferecer um novo empreendimento, quase pronto, “um ótimo investimento”. Sorriu, me entregou o seu cartão e agora aguarda a ligação telefônica do “cara da Mercedes” para fechar um bom negócio...
Assis Chateaubriand acreditava que carros de luxo abrem as portas do mundo corporativo e ajudam nas relações pessoais. Impossível andar num Mercedes Classe E e não entender, mesmo que de longe, essa ótica do velho jornalista. (Fábio Amorim) Fotos: FBA

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