A Robert Bosch, maior produtora de tecnologia automobilística, iniciou construir sistemas de freios ABS no Brasil. Implantou unidade especial, com laboratório e fábrica em Campinas (SP). Aplicou R$ 25 milhões e quer produzir iniciais 250 mil unidades anuais para fornecimento às montadoras locais e Mercosul. Muito mais que a notícia, o desenvolvimento industrial, contratação de pessoal, faturamento e impostos, o iniciar fazer o sistema anti-bloqueio dos freios, é um marco para o País. Ultrapassa os limites em torno do automóvel, e entra no campo de interesse de toda a população. Pode gerar fantástica economia de recursos públicos, formados pelo meu, pelo seu, pelo nosso dinheiro.
O ABS impede o bloqueio das rodas na frenagem, permitindo desvios de trajetória. No processo, reduz as distâncias para parar e acidentes. Na prática, faz cair os danos físicos, as mortes, as perdas materiais, os gastos hospitalares, os previdenciários. O Brasil não tem dados corretos sobre o custo dos acidentes. Mas a Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo, que monitora estes eventos 24 horas por dia define, apenas na capital paulista, serem gastos R$ 1 Bilhão de recursos municipais como conseqüência dos danos materiais e pessoais. Reduzir acidentes não depende apenas de trilhar o caminho da Bosch. O ABS e seus derivados, o EBD, administrador de freadas e o programa de estabilidade, serão ferramentas de valia, mas há necessidade de outras ações. Desde as montadoras oferecer os sistemas desatrelados de itens de conforto; à disponibilidade dos carros assim equipados nos concessionários; preços atrativos. O governo federal tem que se mexer. O Código Brasileiro de Trânsito, no próximo mês comemorando uma década, previa a exigência da Inspeção de Segurança Veicular. Tal vistoria seria um filtro de qualidade à frota circulante. (Roberto Nasser/RAPI) Foto: divulgação
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