quinta-feira, junho 14, 2007

Logan, o maior barato


O título é óbvio, é da revista 4 Rodas. Espelha a clara postura do Renault Logan, edição revista e melhorada do romeno Dacia, trazido ao Brasil. Criado para ser barato, primeiro carro novo de motoristas em ascensão, é surpresa mundial, vendendo três vezes mais que as projeções iniciais. É o carro de centímetro mais barato no Brasil. Maior que Toyota Corolla, custa menos que Clio Sedan. Em motorização, 1.0 16 Válvulas ou 1.6 idem, com 77 e 112 cavalos vapor. Leva cinco passageiros com espaço e 510 litros de capacidade no porta-malas. Como decoração, duas versões no motor 1.000 e uma no 1.600, e pacotes de acessórios a preços competitivos.
O automóvel responde bem aos apelos. Sua simplificação nos processos industriais não se expõe na decoração, equipamentos e confortos. É bem composto, equipado, traduz equilíbrio e bom gosto na boa sensação de espaço. Não é um carro pelado, nem popular de luxo.
Construtivamente é muito sólido, feito para países em desenvolvimento, o que significa suspensão robusta, plataforma resistente, altura livre do solo e proteção para o cárter. Com este pacote se direciona à missão proposta: atrair o dono do carro usado e apertado, garantindo, durante o período de uso, manutenção apenas nas trocas de óleos e filtros.

Sedução
A Renault enfeixou providências e ações para fazê-lo acessível. Formatou o veículo em versões, equipamentos e preços inferiores aos concorrentes menores. Criou garantia total de 3 anos, de pára-choques a pára-choques, oferecendo tranqüilidade aos compradores; aprovou o carro como de menor custo de reparos; de menor custo de seguro; criou linhas de financiamento com 30% de entrada e até 72 meses de prazo, e seguro para o caso de desemprego do comprador.
A montadora tateia para atingir nova clientela, sem carro novo, e inusual pesquisadora em revendas. Para isto, terá exposição, estande e área de test-drives em 95 supermercados Carrefour.

Começar de novo
Das montadoras recém instaladas no país, a Renault colhe os piores resultados. Foi a que mais se estruturou e investiu, a que proporcionalmente menos vende. A decisão de fazer o Logan deu novo ânimo à empresa: contratação de engenheiros e funcionários; reformulação na linha de produção; envio da linha do Clio para ser produzida e ativar a fábrica argentina; adição de equipamentos ao Clio Sedan para elevá-lo em preço e posição, abrindo espaço no mercado. A fábrica já vê os sinais de lucro.
O Logan se baseia na Plataforma 90, formulação resistente com habilidades de variação de distância entre-eixos. Os dois novos Renault a surgir no Brasil utilizá-la-ão. O Logan feito no Paraná será exportado para o Mercosul e fornecido em peças para a Colômbia.
É uma proposta nova, bem sintonizada com o mercado e a realidade brasileira. Pelo carro e seu preço será um sucesso de vendas. Dele, a Renault prevê comercializar iniciais 1.500 unidades/mês, seu ponto de equilíbrio em custos. Mas deverá vender mais. Além do neo-proprietário-de-carro-novo, terá as locadoras, os motoristas de táxi, os segundo-carro, o serviço público. Vendas se iniciam em julho. Campanha publicitária aos 22 de junho. (Roberto Nasser) Foto: divulgação


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