quinta-feira, setembro 06, 2007

Roda-a-roda do NASSER (6 SET 2007)




Marketing – A BMW é dona da marca Rolls-Royce. Não tem tido muita sorte. O modelo por ela construído é pesado em linhas, sem atrativos de estilo. Perde muito para a Bentley, ex-marca irmã, hoje controlada pela Volkswagen, com produto referência de estilo apurado, o Continental. Como os Bentley são cupês, a Rolls se adiantou, criando o Phantom Drophead Coupe, a complicada maneira inglesa de descrever um conversível.
Boilice – Uma das características do automóvel é um ripado em madeira, do pára-brisas para trás. Coisa de charme, imita as Riva, lanchas de estirpe. Os ingleses, como os construtores de lanchas, utilizaram a madeira Teca. Mas, para evitar o surgir de pátina esverdeada, exigiram ao fornecedor, em Burma, transporte as toras em elefantes, e não por via fluvial... O Phantom custa US$412 mil – aqui, uns R$1,6 M, três vezes mais que ao tempo da RR. Tal margem permite estes peculiares devaneios.
Acordo? Há entendimentos sigilosos entre a Cerberus, dona da marca New Chrysler, e a Renault-Nissan. A primeira quer passar parte do negócio a quem é do ramo. A segunda, botar o pé Renault e ampliar o pé Nissan no poderoso mercado norte-americano. Ano passado a Renault tentou através da GM, mas não deu certo.
Adeus – Até dia 30, definição sobre a venda das marcas restantes associadas à Ford: Land Rover, Jaguar, Volvo. A Aston Martin já foi. Uma das empresas candidatas é dirigida por Jac Nasser, ex-número 1 da montadora. Outra, a Fiat. A Ford está se livrando de tudo o não-Ford.
Expansão – A Honda aplicará US$ 100M para ampliar uns 20% de sua capacidade industrial na fábrica de Sumaré (SP). Hoje constrói 460 unidades e quer passar a 550 Civic e Fit. A ampliação se dará em estamparia, usinagem, solda, pintura. A empresa quer fabricar 100 mil unidades neste ano.
Com tudo – Além da imagem de charme oferecida pelo Punto, sua versão sedã, o Linea, não se resumirá a duas portas adicionais. Além do motor 1.9, e 130cv, terá otimizador permitindo dirigir o câmbio mecânico como se fosse automático. A montadora testa um supercharger no motor 1.4, numa equação de custos e tributos. A empresa está em correria para lançá-lo ainda este ano. A versão 1.4 será a mais vendida, e a Fiat não quer seja visto como pobrezinho, em preço e rendimento.
Recall – Tens Logan com número de chassi abaixo de 1.300? Dê um pulo num concessionário Renault para troca da trava do pedal do freio.
Óleos – Quebrando a inércia a Castrol reformulou sua família de óleos lubrificantes para adequar-se à realidade brasileira. Usou a marca GTX, com 4 décadas de prateleira, e criou as especialidades: bicombustíveis; motores 1.0; motores cansados; sintético. Tecnicamente aumentou o poder protetivo para 5 vezes. Há, ainda, o Magnatec, com capacidade de aderência às partes metálicas, seguro de longevidade.
Ecologia – Nada mais que uma prateleira. Entretanto, economizou para a farmacêutica suíça Roche 47% dos custos de transporte. A empresa percebeu as restrições do sistema de empilhamento de caixas de medicamentos pela ociosidade de metragem cúbica, e capacidade de tonelagem de seus caminhões. Em parceria com a transportadora Luft Express desenvolveu um porta-palets em forma de prateleira, permitindo dobrar a carga em cada viagem, reduzindo presença física nas estradas, consumo e emissões.Antigos – A Kombi brasileira festeja 50 anos de produção no Brasil. Processo industrial superado, veículo inseguro, na Alemanha foi sucedido por 4 gerações conceitualmente diferentes, incluindo carroceria, motor e suspensões. Festa à parte, é o reconhecimento da ausência de regras de comportamento de automóveis no Brasil, a mesma lacuna que permitirá o uso de inseguros chineses. Um recorde ao contrário. (Roberto Nasser/RAPI) Foto: divulgação

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