sábado, março 31, 2007

Mudando para recuperar o tempo perdido


Ícone da VW no mundo inteiro, o Golf tem a missão de reconquistar um mercado onde era líder. Será que ele consegue?

Inegavelmente, o Volkswagen Golf é um dos mais bem sucedidos carros da história automobilística mundial. Lançado na Alemanha em 1974 e após passar por cinco alterações, ele já vendeu mais de 25 milhões de unidades e acumula - como poucos automóveis -, uma extensa lista de virtudes, dentre elas, a estabilidade, o conforto, a agilidade e a robustez. Aqui no Brasil, por não ser tão avançado quanto o modelo Europeu da 5ªgeração, mas, por ser melhor que o antecessor nacional, encontra-se atualmente na geração “quatro e meio.”
Recentemente, a VW alterou vários aspectos desse carismático campeão de audiência e o motivo maior desta ´plástica´ metálica é a tentativa de reposicionamento positivo desse produto no mercado nacional. Atualmente prejudicado em vendas e amargando uma pífia colocação atrás dos seus três principais concorrentes (Astra da GM, Stilo da Fiat e 307 da Peugeot), o bravo Golf tem pela frente a missão de recuperar esse posto de líder da sua categoria, no segmento dos hatchs esportivos. Nesse instante, com todas as mudanças injetadas pela montadora alemã, ele tem o melhor momento para reagir.

Sim, eu mudei
À primeira vista, já se percebe que o Golf ficou mais largo. De fato, a traseira do veículo está mais encorpada e bem mais resolvida em termos de acerto de design que a versão anterior. Acesas e/ou acionadas pelo pedal do freio, as lanternas traseiras têm linhas que remetem à turbinas de aviões a jato. Muito mais imponente, agora o Golf visto de trás ostenta mais estilo e beleza.

Olhos da cara
Não, caro(a) leitor(a), não refiro-me ainda aos preços, que estão até apetitosos (veja no fim da matéria) e sim ao perfil frontal do novo carro. A frente recebeu um harmonioso conjunto que absorve grade bem desenhada em forma de “U” com arestas ovais, pára-choque grande e mais envolvente e faróis que ornamentam com brilho a dianteira do modelo, que ganhou, também, novo capô com vincos acentuados que servem para “quebrar o gelo” de uma carinha bem comportada. O Golf voltou a ser bicho-papão, no bom sentido. Os quatro faróis são referência (e homenagem pura) ao primeiro Golf GTi lançado. Agora ele está com jeitão mais esportivo.

Novos Ares

Num olhar panorâmico, enxerga-se um novo automóvel de linhas mais atuais e, lógico, alinhado ao estilo presente em toda a família Volkswagen mundial. De frente, lembra os irmãoszinhos Jetta, Pólo, Passat e todo o resto da turma, com exceção da Kombi, claro. Porém, há um pecado no “face lift” que a VW fez no Golf: sua lateral continua a mesma. Em termos de design ele teria atingido nota superlativa caso a mudança também se estendesse à localidade citada. A VW correu um sério risco, mas teve sorte, pois, por muito pouco, essa parte da carroceria não destoou da nova concepção dianteira e traseira. Isto somente não aconteceu porque o Golf é um dos raros casos na indústria de veículos onde o desenho industrial venceu.
Indiferente ao tempo, ele mantêm-se atual, igualmente àqueles produtos que, apesar dos anos, simplesmente não envelhecem, como o copinho para cerveja, da Nadir Figueiredo, ou a famosa garrafa de Coca-Cola de vidro inspirada nas formas de um cacau. Vale ressaltar: a lateral do Golf é assunto elogiado por ninguém menos que Anísio Campos, famoso e respeitadíssimo designer brasileiro de automóveis.

Sala de estar
Por dentro, a esportividade do Golf foi mantida. Para inovar, a VW adotou novas texturas de tecidos, recriou formatos dos volantes, melhorou os mostradores e recompôs muitos detalhes. Neste veículo, que é referência da marca de Paris (FRA) a Coité do Nóia (AL) o acabamento é coisa primorosa. Qualidade total, desde as costuras dos bancos às alças para as mãos que são presas ao teto. Estas, quando utilizadas e depois soltas, retornam à posição original lentamente. Isso é qualidade total em construção mecânica.

Impressões digitais
Passeei num modelo 2.0 automático e testei pra valer à 220 km/h a sensacional versão GTi (1.8 turbo com 193 hp de potência). Nos dois, características comuns: silêncio ao rodar, agilidade, estabilidade, conforto, ótima ergonomia e um bom aparato tecnológico (como o controle de estabilidade, no caso do GTi). Exigido, o GTi é um primor de relação peso-potência (somente 6,73 kg para cada cavalo de força), garantindo ótimas retomadas, folga nas ultrapassagens e uma velocidade final de tirar o fôlego (perto dos 230km/h).
Todas as versões trazem dois air bags frontais, freios ABS, ar-condicionado, vidros e travas elétricas e som de série, o que é um trunfo perante à concorrência. O time divide-se assim: versão 1.6, por R$48.990,00 / 1.6 Sportline, por R$52.990,00 / 2.0 por R$56.300,00 / 2.0 Confortline (automático) por R$65.665,00 e o ´top´ GTi 1.8 Turbo por R$90.490,00.

Máquina de impor respeito pelo ótimo nível de qualidade e acabamento e por manter-se em evidência há 33 anos, o Golf é ótimo produto, esbanja segurança e estilo, e está aí para agitar o mercado. Por causa da adição do rastreador de fábrica via satélite, tenderá a ter o preço do seguro geral reduzido em até 40%, segundo a fábrica. Resta somente saber se o público brasileiro vai devorá-lo com aquele costumeiro prazer, assim como já o fez nos anos 90 e início dos anos 2000. I Texto e fotos: Fábio Amorim

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