sábado, março 10, 2007

Palio, Perdas e Ganhos


O novo Palio tem sutis diferenças do anterior. A mais gritante, obviamente, é o visual, mas há mais por baixo dos panos bonitos, de acordo com a imagem de marca: a cara do Grande Punto, próximo lançamento da empresa. A mais visível é também uma perda: os faróis não são mais os melhores do mercado. Os amplos conjuntos de parábola dupla, em que cada farol tinha uma função, agora são de refletor simples, onde são produzidos o facho baixo e o alto. Isto, claramente - e sem trocadilho -, é uma perda de eficiência pois, ou se faz bem uma coisa ou outra. As duas ao mesmo tempo... O facho baixo é razoável, nada demais. Mas, quando usado o alto, o baixo se apaga. Então, perto da frente, a iluminação é menor. E longe, não é mais o que era.
Outra sutileza é o uso de pneus maiores em toda a linha. Esta opção causa pequena perda de estabilidade direcional, ou seja, em velocidades maiores o carro "samba" um pouquinho em linha reta. Quem tem o modelo agora substituído saberá do que falo, aliás como acontece comumente em carros com pneus muito mais largos. No caso das versões com motor 1.8, eles chegam à medida 185/60-15, de dimensões maiores que os anteriores. Fenômeno sensível, mas sem incômodo em demasia.

Qual comprar?
Em suma, o novo Palio continua a ser um carro atual e bem adeqüado ao uso que se destina. Melhor que o Gol, mas ainda não é o Brastemp da categoria, o Fiesta. O melhor de ter e dirigir é o 1.4. O 1.0 quebra bem o galho, principalmente em grandes centros urbanos de topografia plana e usando álcool. As suspensões são de bom equilíbrio entre conforto e aderência, no ponto certo para o usuário normal. Para cidades ricas em ladeiras, recomenda-se o de motor maior, de valentia e retomada mais vitaminadas.
A versão 1.8 é mais firme, como de esperar, mas ainda bem utilizável no dia a dia. Só que o motor, de origem GM e conhecido desde o Monza 86, tem faixa de potencia concentrada em baixas rotações, aparente contradição com seu estilo bem esportivo: chega a 4.500 rpm pedindo marcha superior. Não é mais o gostoso 1.6 de 16 válvulas de outrora, cuja alma italiana deve ser ressuscitada no futuro 1.9 16V que vem no Grande Punto, de possível adoção neste novo Palio, aliás Pequeno Punto. (Texto: J. R. Mahar) / Foto: FBA

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