quinta-feira, maio 31, 2007

Os Mercedes Classe C, sóbrios ou faceiros


Prepare-se para acompanhar uma guinada forte na atuação da marca Mercedes no Brasil. A partir de sábado seus concessionários iniciarão forte ação de convencimento de proprietários e cooptação de novos clientes. Há apelo e consistência, tanto na frase de impacto - você nunca dirigiu um Mercedes assim; como argumentação articulada, proveniente de intenso treinamento e motivação; disponibilidade imediata para test-drive; financiamento atrativo: 40% de entrada e o restante financiado entre 24 e 60 meses, a juros de 0,85% mensais.

Baby S
O produto se adeqüa à proposta. Antes era uma espécie de patinho feio, primeiro degrau na escala de preços. Agora, antecedido pelas Classes A e B, o C aparece com nova visão: conquistar novos clientes, ampliar seus registros de participação no mercado: 48% nas vendas mundiais da marca, expressivos 74% nas vendas brasileiras, líder neste segmento de preço.
A postura da Mercedes trouxe ao Classe C um rodar nunca antes exibido. Além dos sistemas de segurança, ABS; seu gerenciador EBD; programa de estabilidade; houve incremento para as sensações de dirigir, com um sistema de adaptação do carro às condições de uso. Reconhecendo se é andar em estrada lisa e reta, o rodar é suave. Se percebe curvas, pavimento irregular, rugoso, há aumento de pressão para assegurar aderência. O incremento passou pela melhora dos motores L4, 1.800 cm3, com compressor mecânico, fazendo 163 cv, e V6, 2.800 cm3, aspiração normal e 184 cv, mais potentes e econômicos que os anteriores. Transmissões hidráulicas, aptas à condução como se fossem mecânicas. Cinco velocidades para as versões comprimidas, sete para a aspirada.

Sóbrios, faceiros
Nesta arrancada para ampliar a clientela, investiu em identificação. Serão sóbrios ou faceiros. Por decoração, as três opções iniciais do mercado serão 200 Kompressor Classic e Avantgarde. A 280 é apenas Avantgarde. Visualmente a nova carroceria é maior, mais larga, mais alta, com 4,5 cm a mais entreeixos e de linhas muito agradáveis, especialmente a harmonia do capô com pára-lamas, e a junção das colunas traseiras com a parte de trás. O que as diferencia, basicamente é o conjunto grade, pára-choques e luzes auxiliares frontais. No Classic, de entrada e menor preço, grade frontal lembrando as versões esportivas, nas quais a estrela-símbolo vai no centro de um conjunto pintado na cor da carroceria. Nas Avantgarde, a grade utiliza o conceito visual da Classe S, de maior refinamento e preço. Cromada, com frisos horizontais, e a estrela aplicada sobre o capô. A Avantgarde está sendo apelidada na Europa e EUA de Baby S, em referência à similaridade visual.

Quanto custa
Mercedes Classe C
200 Kompressor Classic R$ 162.000
200 Kompressor Avantgarde R$ 180.000
280 Avantgarde R$ 217.000

Governo se omite, sociedade faz
Números contundentes a orçamentos e bolsos, foram exibidos por engenheiros automotivos no 8º Colloquium Internacional de Freios SAE Brasil: acidentes de trânsito custam entre R$ 22 e R$ 25 Bilhões/ano. Decupando, 24% de colisões frontais e 20% de acidentes com pedestres. Mostraram a saída: obrigatoriedade do sistema ABS ser equipamento de fábrica. O ABS, seletor eletrônico-hidráulico impede o travamento das rodas e reduz a distância de frenagem. No Brasil apenas 10% dos veículos portam tal sistema. Nos EUA, 78 %, e na Europa, 100 % !
Explica o presidente da comissão organizadora, Zomar Oliveira, nos EUA e na Europa, o ABS é obrigatório em todos os veículos comerciais. “O objetivo é a segurança dos usuários e a redução dos enormes custos envolvidos nos acidentes”.
Para o Engº. Geraldo Gardinalli, da Bosch – produzirá o ABS no Brasil no segundo semestre. O custo (uns 900 euros) e o fato de ser equipamento opcional na maioria dos veículos nacionais são os principais entraves à sua maior adoção. Diz, “Somente agora algumas montadoras fabricam modelos com ABS de série” – todos Renault Mégane, Citröen C4, Toyota Fielder e Honda Civic.

As dificuldades para a exigência do ABS pelo comprador não se resumem ao preço, mas esbarram na falta de avaliação quanto à capacidade de excluí-lo de acidentes, ou diminuir seus danos, assim como nem sempre ser disponível nos carros em estoque nos revendedores ou, às vezes, sua inclusão integra pacote que nada tem a ver com a segurança, eleva o preço e assusta o comprador. Ministros das áreas diretamente envolvidas, Saúde, do Trabalho, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, das Cidades – onde está o Denatran – perderam a oportunidade de se manifestar, determinando estudos ou providências. Para instigar o conceito, os engenheiros criaram um Fórum formado por técnicos, fabricante e entidades do setor para divulgar a importância econômica do emprego do ABS. A taxa brasileira é pífia: igual à da Índia, 6,5 vezes menor que o México. (Texto: Roberto Nasser) Foto: divulgação

Nenhum comentário: